Quinta Nerd: E a (minha) Literatura?

Boa Quinta Feira macacada evoluída! O assunto da Quinta Nerd de hoje é Literatura! O "minha" entre parênteses vocês entenderão ao longo do artigo. Boa Leitura



Todos já ouvimos muito sobre a importância da leitura para construção do vocabulário e senso crítico, mas existem mais coisas além disso. A magia de se abrir um livro pela primeira vez, mergulhar nas dez primeiras páginas de uma história que vai te cativar por centenas, talvez milhares, de páginas é algo indescritível! Você se sente parte daquele mundo, parte de um grupo de pessoas que você nunca conheceu e provavelmente nunca irá conhecer. A literatura é algo tão fantástico que a cada página você aprende algo novo. A primeira coisa que consigo concluir depois disse é que o mundo seria um lugar muito mais triste e sem cor se não existissem os livros.

Lembro do primeiro livro que li sozinho. Foi simplesmente mágico, sem palavras para descrever. Mesmo que tivessem muitas imagens junto da história, eu via algo fantástico, um mundo que as imagens não mostravam. Eu nem preciso ir atrás do Google ou qualquer outra ferramenta para lembrar o nome da série de livros: Histórias do Fundo do Mar. Contava a história de uma Piabinha detetive, que investigava mistérios ligeiramente assombrosos (uma das histórias, inclusive, era uma máquina que aprisionava os peixes. Querem saber o que era essa máquina? Leiam a história, não vou dar spoiler! XD). Depois desse livro, fui introduzido ao mundo mágico da literatura. Fiz questão de participar da festa do livro da minha escola só para ganhar alguns livros. Conheci mais a fundo histórias muito conhecidas pelas pessoas, como os contos de fada no geral. Sempre tive grande incentivo de meus pais, e olha que minha mãe não tem muita paciência para leituras longas. Fiquei um bom tempo em livros curtos e com muitas imagens, muitos que eu ganhava ou pegava na biblioteca da escola (livros como "Bisa Bia, Bisa Bel", "Pluft: O fatasminha", entre outros). Nessa época fui chamado para encenar uma peça do "Pequeno Príncipe" na escola, como protagonista. Me aproximei desse clássico e a sua história, como diria a Raposa, me cativou.

Bem, contei toda essa história para chegar ao ponto de como eu entrei nos livros que eu vou dar o nome de "leitura pesada", mesmo que alguns sejam extremamente simples de ser ler, mas eu quero dizer com isso aqueles livros com histórias mais complexas, sem imagens, mas ainda com um universo mágico dentro deles. Por esse motivo eu tenho um carinho em especial com a série Harry Potter. A Pedra Filosofal foi o meu primeiro livro de leitura pesada com mais de cem páginas, e foi graças a eles que minha paixão pela literatura se tornou tão grande como é hoje. A partir dele me aventurei em livros mais pesados, começando com o Hobbit e Senhor dos Anéis. A literatura fantástica entrou em minhas veias quase como heroína. Naquela época eu dava meus indícios claro da nerdice que viria: adorava dragões, magias, espadas e tudo mais. Quando eu quis livros mais realistas, fui atrás da estante de livros de casa e me deparei com o gênio Sidney Sheldon. Mas, por algum motivo, a literatura nacional ainda não me atraía. Já tinha lido A Divina Comédia, Drácula, O Conde de Monte Cristo, O Corcunda de Notre-Dame, Os Miseráveis, A Máquina do Tempo, A Revolução dos Bichos e livros da Agatha Christie e a série de Sherlock Holmes, mas ainda assim não me sentia atraído pela literatura nacional. Alguns raros livros se salvaram, como foi o caso de Vidas Secas, mas a maioria eu li mais por obrigação do que por vontade. Cheguei ao ponto de pensar que o Brasil jamais teria bons escritores como o resto do mundo. Felizmente descobri que estava completamente errado. Conheci Os Sete, livro de André Vianco, que me chamou muito a atenção. Meu primeiro pensamento foi: "Vampiros portugueses no Brasil? Que merda é essa?!", mas vi que foi um preconceito infundado. O livro era tão estranhamente familiar, mesmo sem eu nunca ter visitado a região sul do país, que me fez ler do começo ao fim quase sem parar. Alguns poucos anos mais tarde, me deparei com o primeiro livro de um outro autor brasileiro que me fez pensar que o Brasil realmente tem escritores fantásticos. A Batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr, está entre os melhores livros que já li na vida, assim como Filhos do Éden. Durante a Bienal do Livro de São Paulo, de 2010, no dia que fui pegar um autógrafo no meu ABdA, conheci por acaso o livro Crônicas dos Senhores de Casleto, de G. Brasman e G. Norris, mais uma obra prima da literatura nacional.

A verdade é que esse artigo é um pouco para eu falar de mim mesmo e no meu caminho para chegar nesse ramo. As pessoas estranham que eu, um estudante de física, tenha anseios de lançar livros e até mesmo escreva poesias com certa frequência. Meu anseio por ser um escritor, mesmo que amador, começou quando eu imaginava meus próprios mundo sozinho no meu quarto. Quantos heróis, quantas histórias inventadas. Lembro de grande parte delas que, embora hoje eu possa ver que não são histórias dignas de livros do tipo que leio hoje, me fazem ter uma sensação carinhosa e nostálgica. Eu tenho alguns contos sobrenaturais, escritos na época que eu jogava Hunter: The Reckoning com frequência, que as vezes tenho vontade de publicar, mas aí penso melhor e decido mantê-los guardados! Bom, mas nessa época também eu comecei a construção de um mundo que eu queria que parecesse real, mesmo sendo fantasioso. Já se somam cerca de 5 anos de construção, e muitas vezes ainda sinto como se estivesse vazio ou incoerente. Mas foi nos últimos dois anos que eu senti que, mesmo incompleto, esse mundo estava pronto para ser mostrado. Esse é Arnária, que vocês podem conferir o pouco material que publiquei através da barra do blog. Eu construí esse mundo utilizando um número enorme de referências, tanto de livros, quanto de desenhos, filmes e quadrinhos que li, além de conhecimentos obtidos por curiosidade própria, como alquimia, cabala, a bíblia judaico-cristã (sim, eu já li a bíblia inteira, mesmo assim não sou religioso), mitologia grega, nórdica e celta e história mundial.

A literatura me permitiu coisas que as pessoas podem não ver relação. A criatividade desperta por ela me fez aprender a escrever e a argumentar. O mundo fantástico que ela traz me fez me apaixonar por história e aprender a pesquisar tudo que me interessar. Posso dizer, com toda certeza, que foi graças à literatura que consegui vaga em uma universidade federal, com a nota da redação quase máxima (faltou só um pontinho para ser máxima >.<). A literatura me fez ter mente aberta e opinião maleável. A literatura sim é importante para todos, sem excessão, pois quando você entra em contato com tantos mundos que surgiram da mente de seres humanos, você percebe como nosso mundo é retrato direto do conflito de opiniões de todos que vivem nele e, cada vez que você entra no mundo de um livro, jamais retorna ao mundo real com a mesma mentalidade de antes. O laço que você cria com o protagonista e a ligeira tristeza misturada com felicidade que dá cada vez que você termina um livro vai influenciar nas suas ações. Mesmo quando o livro parece extremamente distante de nossa realidade, ele está intimamente ligado com ela.

E para concluir, a frase de uma pessoa do meu ramo de estudo:

"Uma mente que se abre a uma nova ideia jamais retorna ao seu estado original" - Albert Einstein
Quinta Nerd: E a (minha) Literatura? Quinta Nerd: E a (minha) Literatura? Reviewed by Lorhien on quinta-feira, maio 03, 2012 Rating: 5

Um comentário:

  1. E o engraçado é que a maioria dessas pessoas que não leem, dizem que não o fazem por impaciência de ficar parado na frente de um livro por horas mas ficam por horas na frente da TV virando massa de manobra. Literatura é uma maravilha *-* Lembro do dia de autógrafos em que o André Vianco me chamou de mulherão, épico!

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